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terça-feira, 2 de novembro de 2010

E agora o quê fazer?



Tentando me refazer do resultado previsível destas eleições, resolvi me recolher para uma breve reflexão sobre as conclusões às quais tenho chegado durante esta campanha malfadada, inescrupulosa, covarde e criminosa a que nos impuseram (aos bobos que temos sido) durante os últimos 40 anos - sim, há quase 40 anos, desde quando lançada a cartilha, ou seja,  os "Cadernos do Cárcere", de Antonio Gramsci.

Leiam um pouco sobre isso:


http://www.sacralidade.com/mundo2009/0271.neocomunismo.html

(Antes de prosseguir, peço que disponham de tempo para ler e/assistir a tudo que postei aqui. Se não tiverem tempo agora, guardem este artigo em "favoritos" e leiam depois com calma. O que está escrito aqui, exige muita, mas muita atenção e disposição para o entendimento. Digo isso - e me perdoem pela franqueza -, porque já postei muitas vezes artigos interessantes, mas os comentários mostravam claramente que não tinham prestado a atenção devida no texto. Percebia-se bem, inclusive, pela rapidez com que comentavam.)


Continuando:

Tem gente que critica Olavo de Carvalho por ser pessimista...
Não concordo! Ele é, sim, realista!
E, como todo o brasileiro que se preze, há gente que não suporta ver que alguém possa ter razão e o desdenham visceralmente. Mas foi ele quem, há mais de 16 anos, alertou sobre o Foro de São Paulo e sobre as intenções do PT e sua ligação com as FARC. Que fizeram? Nada! E ainda o chamaram de louco, ou, para ser mais branda, disseram que ele estava exagerando, que era Teoria da Conspiração.
Agora que o fato surgiu nas grandes mídias, todos se manifestam como se fossem os portadores de tal "novidade".

Ele mesmo escreve sobre esta ironia, no artigo "Grande Descoberta" de 01/11/10:


"Brasileiro só acredita no que vê. Não no que vê com os seus próprios olhos (a capacidade de inteligir diretamente da experiência é desconhecida na nossa cultura), mas naquilo que vê na televisão; ou naquilo que ouve da boca das "pessoas maravilhosas", cujas palavras dão visibilidade até ao inefável. Enquanto uma coisa não aparece no "Jornal Nacional" ou não é confirmada pelo testemunho de meia dúzia de pop stars, ela não existe, ainda que pose ante os olhares do mundo desde o alto do Corcovado ou no meio da Praça da Sé. Nélson Rodrigues falava do "obvio ululante", mas em vão ululam os fatos mais espalhafatosos na Terra do "Eu não sabia". Sem o nihil obstat apropriado, até um King Kong político como o Foro de São Paulo permanece abstrato e inacessível como uma hipótese metafísica escrita num papiro desaparecido."

Eis o link:

http://www.olavodecarvalho.org/semana/101101dc.html

Agora vejam este artigo "Assunto encerrado", de 12/02/04 (!!!), em que ele fala sobre o que é o "Partido
dos Trabalhadores" (entre aspas, mesmo, porque de partido não tem nada e nem de que sejam de trabalhadores - sentido que quiseram nos dar):

http://www.olavodecarvalho.org/semana/040212jt.htm

Houve quem dissesse ser um artigo que lançasse o desânimo naqueles que têm a capacidade de se organizar e mobilizar a sociedade. Acho que não! Penso que este artigo é como alguém que lhe dá um tapa no rosto, para que você acorde para a realidade, pare, pense, reflita e tome uma nova atitude ou postura para a realização de uma solução realmente eficaz para combater esta famigerada corja que nos governa, como uma poderosa rede, não só o Brasil, mas o mundo - porque os métodos até agora utilizados, em nada contribuiram para derrotá-los.

Muito bem. Mas e daí? O que fazer, então?

Ontem, ouvindo o TrueOutSpeak (TOS) de Olavo de Carvalho (
a quem se interessar, é sempre às segundas feiras, à 20hs), ele nos apresentou esta proposta, resumidamente, onde, ou vocês ouvem por este link:

http://www.blogtalkradio.com/olavo/2010/11/01/true-outspeak

Ou assistem no vídeo (obs: durante a música o som está entrecortado, mas quando ele fala não está):

http://www.youtube.com/watch?v=0rhRWN-g3SQ&feature=channel

(Quero aqui fazer uma ressalva: o PT, por exemplo, levou 30 anos para chegar onde chegou, com paciência, perseverança. O Gramscismo (citado acima), levou quase 40 anos para mudar a mentalidade de quase toda uma sociedade. Muitos de nós caíram direitinho nesta lábia. Já vi muita gente na internet, contra o PT, contra o comunismo, contra a esquerda, sendo levada por esta ideologia, tais como, os adeptos de ongs em defesa dos animais, os politicamente corretos, os que acreditam em aquecimento global e outras palhaçadas, que nada mais são do que temperos para o fortalecimento do intento desta marginália!)

Depois de assistirem a este pronunciamento do Olavo no TOS de ontem, convido também os leitores interessados a lerem mais este artigo dele, escrito no dia 5 de julho de 2010, "A falta que a miliância faz":

http://www.olavodecarvalho.org/semana/100705dc.html

Sei que muitos aqui talvez possam desdenhar tudo isso que escrevi aqui, sobretudo, por se tratar de Olavo de Carvalho, a quem o PT e toda a esquerdalha aqui do Brasil o achincalhou, difamou, inclusive, o ameaçando de morte, obrigando-o a exilar-se. E como a maioria da pessoas preferem acreditar no boato e não na verdade...

Mas basta pensar um pouquinho: até agora alguém abriu os nossos olhos para tanta coisa - há anos - e que agora está materializado diante de nós? Até agora algum de nós fez algo realmente eficaz para combater este mal que assola o nosso país?

Claro que alguns fizeram alguma coisa! Alguma coisa já se atingiu. Basta ver o resultado destas eleições que, apesar de ter dado a vitória para "elles", não foi tão grandiosa assim. "Elles venceram, mas venceram bem chamuscados. Chamuscados por quem? Por pessoas, grupos que se juntaram e se organizaram da forma certa, embora tarde demais. Citemos o movimento "Pró-vida" e o "Brasil sem Aborto' . Citemos o "Instituto Plínio Corrêa de Oliveira" e sua árdua e incasável luta contra o PNDH-3. Citemos a Igreja, através de alguns corajosos Bispos. Isso fez com que muitos acordassem para a realidade. Acordaram, inclusive o Papa!

Percebem o que isso significa?

Tanto é assim que, usando-me das palavras de José Carlos Sepúlveda em um comentário oportuno que fez, certa vez, disse:


"O PT tem uma máquina política montada, com a cumplicidade de muitas máquinas oficiais, de certa alta burguesia, amparado pela ingenuidade de muita gente de classes simples inebriadas pelas benesses governamentais.
Mas nem de longe o PT conquistou as mentalidades da maioria dos brasileiros que continuam, sim, contrários a sua ideologia e a seus métodos, bem como a suas metas.
Vejam só se a Dilma teve coragem de mostrar abertamente as metas radicais que a movem. Teve coragem de defender uma reforma agrária radical? Teve coragem de defender o aborto sem véus? Teve a coragem de defender o socialismo e a destruição do mercado e da iniciativa privada? Não, ela só escondeu, tergiversou, fugiu.
Não há prova maior de que ela teme não a oposição, que não existe, mas teme a sociedade naquilo que ela tem de autêntico.
Os artifícios da tomada do poder são inúmeros, mas não se confunda isso com a conquista das mentalidades que é a verdadeira conquista de uma ideologia como a petista."

Isso significa, portanto, um sinal de que temos algo a nosso favor: a mentalidade do povo brasileiro, no fundo, não está totalmente dominada por esta ideologia maléfica!

Penso que é por aí que devemos começar: atingir o que há de mais nobre no coração da nossa gente: sua religiosidade, seus valores cristãos, pela sua fé em Deus, seu apreço pelo bem.

Pode até ser que uma batalha como esta leve muitos anos, como disse o Olavo, pois deve passar por uma reconstrução/renascimento da Religião (
cristã), da Cultura e do Idioma. Mas a alma do povo brasileiro não está morta. Está em estado latente. Falta estimularmos este filão da sociedade.

Finalizo, aqui, esta reflexão com um comentário feito por Fabio L Leite, que dá uma idéia do que quis passar para todos vocês:


"O que falta são pessoas que entendam que vão ter que sacrificar tempo, dinheiro e até prestígio social para vencermos essa luta. Qdo eu estive lá na casa do Olavo, nem lembro o que puxou o assunto, mas alguém perguntou como é que os totalitários conseguiram chegar onde chegaram. Não foi só propaganda e uns quantos intelectuais, artistas e professores bem colocados não. Foram alguns milhares de pessoas, alguns publicamente, a maioria anonimamente, que entregaram sua alma, espírito e corpo para que essa causa vencesse. Não é uma luta que se vence apenas pelo lado estratégico, mas alimentada pelo sacrifício pessoal. Eles estão dispostos a sacrificar a vida deles para ver seu ideal ser implementado. Muitos dos nossos acham que sacrificar um ou dois anos é demais.
O que falta são pessoas que entendam que a luta que temos pela frente não será vencida, em primeiro lugar por "eles" quem quer sejam "eles", políticos, empresários ou o que for. Chega de conclamações para que os outros ajam. Ela será vencida por "nós", por *nossa* ação."

É isso aí!

Estarei à disposição dos amigos se quiserem entrar nesta luta.

Obrigada pela atenção!

domingo, 22 de agosto de 2010

Painel de debates sobre o PNDH-3

No próximo dia 26 de Agosto, 4 personalidades participarão de um importante Painel de debates sobre o PNDH-3, no Hotel Golden Tulip, da Al. Santos, na capital paulista.

São eles:

Dom Bertrand de Orleáns e Bragança - bisneto da Princesa Isabel e Coordenador Nacional do Movimento Paz no Campo;
Ives Gandra Martins – um dos mais renomados juristas brasileiros;
Dep. Paes de Lira – da bancada em defesa da vida e da família e pela legítima defesa na Câmara dos Deputados e
Dr. Paulo Uebel – Diretor Executivo do Instituto Millenium.

Este evento IMPERDÍVEL está sendo organizado, patrocinado e apoiado por uma coalisão de movimentos que temem pelo futuro do Brasil caso o PNDH-3 seja implantado.
 
Peço aos leitores interessados que cliquem no link abaixo para maiores detalhes:

http://www.ipco.org.br/home/noticias/personalidades-tratam-do-pndh-no-dia-26-de-agosto-inscricoes-gratuitas-aqui

A grande novidade é que quem não puder comparecer, devido à distância, poderá fazê-lo por vídeo-conferência. Vejam as instruções abaixo:

1. Para este efeito precisará ter como navegador (browser) o Internet Explorer ou o Firefox. 

2. Clicar no link http://www.aulavox.com/2010/pndh/2608.htm 

3. Lá verá novamente o texto do convite para o forum e, na parte final do texto, há uma indicação para fazer a inscrição gratuita. 

4. Clique no local indicado e abrirá uma página de cadastro.

5. Uma vez concluído, ele indicará um outro link para fazer um teste para ver se consegue entrar na "sala demo", onde será exibido, no dia 26 , o painel. Se tiver alguma dificuldade telefonar para (11) 4231-1459

6. Em seguida deverão aparecer algumas instruções de como proceder

7. Deverá clicar novamente na "sala demo"

8. Para entrar nessa "sala" vai aparecer uma caixa de diálogo perguntando se autoriza a instalação de um programa; deve autorizar clicando no OK!

9. Pedirão para digitar o seu nome como foi digitado no cadastro (login)

10. Se aparecer uma página cujo título é Aula Vox V. conseguiu entrar. Parabéns!

CASO NÃO CONSIGA CONCLUIR ESCREVER PARA contato@aulavox.com ou telefonar para (11) 4231-1459




Compreendo que isto dá um pouco de trabalho e exige muita paciência, mas o que fazer? Eu não poderia deixar de comunicar esta oportunidade excelente, para que todos possam ter acesso a um debate tão importante sobre este famigerado "Plano" que querem nos enfiar goela abaixo.
Eu fiz o teste e deu certo!
Espero que tenham sucesso na conexão pela internet.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Negociar com as FARC é dar vitória a elas!

A simples negociação com as FARC já será dar a elas a vitória: a vitória de enganar os incautos, ratificando a imagem de um movimento insurgente "legítimo", em vez da imagem real de uma quadrilha narcoterrorista de extrema esquerda.

COMENTA-SE POR AÍ:

Convido o leitor a ler com atenção este comentário de um cidadão lúcido a mostrar que a América Latina está viva e resistindo:

FARC pretenden proceso similar al de los TUPAMAROS.- Si HOY los criminales de las FARC piden “negociar” es porque lo necesitan y les conviene. Razón de sobra, entonces, para negarse a ello.

La narcoguerrilla marxista debe ser exterminada ahora. Es necesario aprender de la experiencia propia y ajena: con la guerrilla comunista todo intento de diálogo es estéril, no merecen el menor crédito.

Ya hubo gobiernos en Colombia que cayeron en el “error” de entrar en el túnel laberíntico de las “negociaciones de paz” y que nada positivo lograron. Por el contrario, las FARC se fortalecieron.

Ahora que las FARC se saben militarmente cuasi derrotadas, quieren iniciar un proceso de metamorfosis que les permita, poco a poco, ir apareciendo ante la opinión pública como víctimas e idealistas. Sería un largo proceso análogo al nicaragüense y similar al de los Tupamaros en Uruguay.

Eso les llevará tiempo porque primero necesitarán lograr que nadie hable de los crímenes que todavía están cometiendo. Políticos y religiosos hablarán de “perdón” y “reconciliación” hasta logran alguna especie de amnistía para los narcoguerrilleros.

Provocarán una especie de amnesia general y luego que la gente olvide sus crímenes, procurarán hacer aparecer a las fuerzas militares y policiales como violadores de derechos humanos, como torturadores y genocidas, etc. Y si logran ese olvido y esa inversión de roles entre víctimas y verdugos, ya podrán organizarse electoralmente para lo cual usarán muchísimo dinero que poseen desde ahora.

El resto lo harán los pseudo historiadores que van a minimizar sus acciones bélicas y van a presentar a quienes hoy combaten a las FARC como monstruos violadores de derechos. Los medios masivos se plegarán a la maniobra haciendo silencio sobre los crímenes actuales de las FARC como si nunca hubiesen existido y montando un gradual linchamiento a quienes hoy luchan contra las FARC.- (Alexander Torres Mega)

A questão é: está certo negociar com esta camarilha? É possível negociar com bandidos? Já não temos exemplos suficientes na história da América Latina, para sabermos para onde isso irá nos levar?

Se negociamos com eles, é porque, no mínimo, nós os respeitamos. E isso é execrável! Eles nos matam, viciam nossos jovens em drogas, levam a destruição e a morte! Não merecem nosso respeito!

Ao analisarmos este texto, podemos concluir que negociar com as FARC é dar vitória a elas!

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina - Parte III

Caros leitores


Mais uma vez, volto a lembrar que nos dias 5 e 6 de junho deste ano, haverá o XXI Encontro Monárquico a realizar-se no Rio de Janeiro - RJ, no Windsor Flórida Hotel, por ocasião do feliz aniversário de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, nosso augusto Chefe da Casa Imperial do Brasil. Este evento ocorre anualmente e congrega o pensamento monárquico brasileiro. Entre confraternizações, almoço e Missa, são realizadas palestras extremamente enriquecedoras, mostrando a visão dos monarquistas, uma visão bastante atual e apurada de fatos que acontecem no Brasil e no mundo. Esta é a missão que têm nossos Príncipes: chamarem-nos a atenção sobre os temas que interessam ao nosso País.

Este evento é aberto ao público interessado. Caso queiram partipar, acessem o site da Pro Monarquia:

http://monarquia21.org/acao/

Portanto, retorno com a terceira e última parte da transcrição desta palestra importantíssima, proferida pelo Sr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca, por ocasião do XX Encontro Monárquico, realizado em setembro do ano passado. Nesta parte ele faz mais uma abordagem sobre as relações do Brasil com a América Latina, ensejando com um riquíssimo texto de Cláudio Moura de Castro, no qual ilustra bem a alma brasileira.

Parte III:


"O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina"

Palestra proferida no XX Encontro Monárquico, Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2009

Outro fato grave: enquanto todos gritavam "Fora Sarney", o Presidente Lula foi à Bolívia, visitar os plantadores de coca, aliados de Evo Morales, oferecer mais de 300 milhões do BNDES para construir uma estrada, que segundo o ex-prefeito César Maia, irá escoar toda a cocaína para o Brasil. Quer dizer, financiar a entrada da cocaína no Brasil.

A Bolívia, segundo dados internacionais, aumentou sua produção de cocaína em 70% e quase toda a cocaína vem parar nos morros do Rio de Janeiro. Além disso, Lula vai apoiar e participar de um comício eleitoral de Evo Morales, na Bolívia. Enquanto todos estavam a gritar "fora Sarney", Lula estava na Bolívia com um colar de folhas de coca ao pescoço.

Então, devemos prestar a atenção de que nem sempre as notícias que se estampa na mídia são as mais graves.

Outra coisa: o governo decidiu pagar três vezes mais pela energia de Itaipu (exigência do Paraguai). Consequência: a conta de luz vai acrescer em 3% para todos os brasileiros para poderem financiar isso. Por que ele fez isso? Marco Aurélio Garcia afirma: "Nós vamos fazer isso com o cuidado de não modificar o tratado, para não ter que passar no Congresso". Quer dizer: tudo na base do golpe!

Qual a intenção disso? O Estado de S. Paulo estampa um editorial que diz o seguinte: "Nada mais é do que a sustentação de um líder bolivariano (Lugo) que está ameaçado, não pela mídia, mas pelos escândalos sexuais dele." Um homem que está com a sua popularidade ameaçada e Lula atenta contra os bens nacionais para defender um aliado ideológico. Isso é caso para se destituir um presidente!

No caso de Honduras, sem discutir se foi ou não golpe o que houve por lá, embora juristas tenham dito que foi golpe por parte de Zelaya, há um  fato que ninguém pode negar: Zelaya era um homem que estava sendo manipulado por Hugo Chávez. Zelaya quis deliberar contra a ordem do Supremo Tribunal, contra a ordem do Congresso, quis fazer um referendo e pediu a Chávez que mandasse as urnas, os boletins de voto para dentro de Honduras. Isso não é uma intervenção no país? Quer dizer, um desrespeito ao país. Ele pega um outro presidente para que o ajude a organizar o que estava proibido, o que não há dúvida que é golpe. Ainda pediu apoio das Forças Armadas para ajudá-lo neste golpe, porque são elas que têm o poder de organizar os referendos. As Forças Armadas se recusaram. Não houve o referendo, mas foram encontradas atas, já com os resultados do referendo. É um sistema tão "evoluído" que já se tem o resultado antes de ser votado.

Mário Vargas Llosa, que escreve em diversos jornais do mundo, escreveu um artigo "O Golpe das Mentiras" mostrando o que é óbvio e o que todo mundo fica silenciando: o que estava havendo em Honduras era um golpe... do Chávez. Mas depois a situação se tornou mais grave: o ex-presidente Zelaya passou a ser uma marionete do Chávez, viajando, inclusive com aviões do Chávez para todo o lado. A tentativa de volta a Honduras para causar um banho de sangue em Honduras foi feita pelo Chávez. Portanto, Zelaya passou a ser a peça fundamental no jogo do chavismo. Os chavistas, então, se reuniram em La Paz, para pressionarem os EUA e outros países para apressarem a volta de Zelaya ao poder. Quem estava presente nesta reunião com o grupo de chavistas? O ministro Celso Amorim, que cancelou todos os seus compromissos para poder estar ali.

Então, é o não é o governo brasileiro um caudatário do projeto chavista na América do Sul?

O sociólogo Demétrio Magnoli que também escreve em vários jornais e até acabou de escrever um livro muito interessante sobre a questão do racismo, fala de como o PT está levantando, está criando um neo-rascismo no Brasil.

Cabe um parêntese: estas alianças com o mundo islâmico, o afastamento de Israel e o renascer de uma teoria racista, faz lembrar muito o Nacional-Socialismo e, talvez não seja por acaso que o Partido Nazista se chamava Partido Nacional socialista dos Trabalhadores.

Demétrio Magnoli diz mais uma coisa interessante: com a luta de Uribe contra as Farc, o sucesso que tem obtido, de como conseguiu resgatar a Ingrid Betancourt e de como conseguiu todos aqueles golpes militares contra as Farc, Chávez está numa situação muito difícil, por isso precisava de Honduras de qualquer maneira. E o grande caudatário do interesse de Chávez em Honduras? O governo brasileiro.

Cabe agora falar sobre a questão das bases americanas, que é a última controvérsia que há por aí. O exército colombiano apreendeu com as FARC, armas suecas, vendidas pelo governo da Suécia ao governo da Venezuela, com a cláusula de só serem usadas pelo Exército da Venezuela. Estas armas foram parar nas mãos de um grupo terrorista. Portanto, o governo venezuelano passou armas compradas com claúsulas de exclusividade para ele, para um grupo terrorista. Junto com isso, armas russas compradas nestes pacotes do Chávez à Russia de Putin, foram parar também nas mãos das FARC. Como se explica que armas que são compradas por um governo vão parar nas mãos de um grupo terrorista, a não ser que este grupo terrorista seja apoiado por este governo?

Os governos da Colômbia e da Suécia pediram explicações a Chávez e este não tinha explicações a dar. Quem foi que deu explicações ao mundo inteiro? Marco Aurélio Garcia. Diz um jornal: "Marco Aurélio Garcia se tornou um porta voz de Hugo Chávez para defendê-lo das armas que foram parar nas FARC." Uma coisa escandalosa, um homem que é assessor do Presidente Lula, ser o porta-voz de Chávez. Que ligação mais íntima pode haver? E isso foi noticiado por vários jornais pelo mundo, inclusive pelo New York Times.

Chávez não tinha o que fazer, como ele então se defendeu? Como a Colômbia estava renovando a sua aliança militar com os EUA (uma aliança que já existe há mais de 10 anos) Chávez lançou esta ofensiva de dizer que os americanos vêm aqui para roubar o nosso petróleo! Aliás, como disse o presidente do Peru, Alan Garcia, na reunião da Unasul: "Roubar o petróleo de vocês não precisa, pois vocês já o vendem todo para os EUA."

Neste momento, quando Chávez precisava de toda esta propaganda internacionalmente, quem é que a fez? O governo brasileiro, através de Celso Amorim, que deu uma entrevista de página inteira para a Folha e disse: "Estamos muito preocupados com as bases americanas." Ao ser perguntado pela repórter sobre as armas da Suécia nas mãos das FARC, ele respondeu: "Isso é apenas um episódio." Um governo que entrega armas a um grupo terrorista é apenas um episódio. Vejam o grau de cinismo nesta questão toda!

Então, o Presidente Lula decidiu convocar reunião da UNASUL para condenar a Colômbia. Na primeira reunião, o Presidente Uribe se recusou a ir e, na segunda ele foi, mas fez exigências. Então Uribe começou a distribuir documentos que comprovavam a existência de bases das FARC na Venezuela. Depois, o Presidente Uribe exigiu que a reunião fosse transmitida ao vivo para o mundo inteiro. Quem foi a pessoa que mais reclamou? O Presidente Lula. Não foi Chávez; foi Lula, exatamente porque ele ia usar a reunião para condenar a Colômbia e ia ficar mal. Lula afirmou então que era um absurdo que a reunião fosse transmitida para o mundo inteiro. É claro, pois iria ficar clara a posição antidemocrática da reunião.

Bem, e qual foi a posição dos militares brasileiros a este respeito? Muitos oficiais de alta patente disseram o seguinte: que a posição do governo brasileiro era totalmente histérica e que não tinha nenhum fundamento. Não havia perigo nenhum com estas bases para o Brasil, que achavam muito boa a presença destas bases, pois eram para combater o narcotráfico e as FARC, e que, o que era estranho no governo é que eles nunca tivessem feito uma crítica à presença das FARC noutros países e nem também à compra de armas russas feita pelo governo da Venezuela. Que isso, sim, era estranho.

O Estado de S. Paulo, em seu editorial "Mais um favor a Chávez" afirmou: "É cada vez maior a subserviência do governo aos projetos do caudilho Hugo Chávez." (Está nos jornais. O Brasil está sendo subserviente a um projeto que parecia histriônico, mas agora se sabe que não é.) “Exigiu que se desse transparência ao acordo entre EUA e Colômbia. Não o fez e muito menos revelou preocupação com a segurança do Brasil, quando à mesa, o caudilho Hugo Chávez colocou a disposição das Forças Armadas russas todos os portos e aeroportos venezuelanos, muito menos quis saber publicamente de detalhes dos acordos de cooperação militar, assinados por Caracas e Moscou." Por que isso não é importante?

Bem, encerrando esta análise, se há pessoas aqui no Brasil que se interessam pelo bem do País, são os Príncipes! Esta é a missão, a vocação deles! E é por isso que eles nos convidam para que nos interessemos pelos assuntos do país. Então a primeira coisa importante é conhecermos a realidade.

Muitas vezes a realidade está escondida: nas ocupações do dia a dia, nos noticiários tendenciosos, onde as coisas importantes acabam sendo um assunto secundário, mas também porque somos bombardeados por mentiras e quem mente tem a intenção de enganar. Por que se mentiu durante tanto tempo que o Brasil ia ser o "moderador" do chavismo e agora não é? Por que se mentiu durante tanto tempo que Chávez era apenas um histrião? E, assim, outras coisas.

Há uma outra razão: nós temos a capacidade de esclarecer, de ser ativos. Porque cada um de nós constitui a opinião pública do país. Alguém dirá: ah, mas eu sou sózinho. Ora, alguém já jogou uma pedrinha num lago? Perceberam a onda que ela faz, provocando outras ondas, sucessivamente? Assim somos nós no meio do público. E nós temos muito mais repercussão do que nós imaginamos.

É o caso de ler um trecho tirado de um artigo muito interessante de Cláudio Moura de Castro ("De malandros e manés"), da revista Veja e que é extremamente pitoresco, mas também profundo. Ele nos ajudará a entender isto:

"O Rio de Janeiro onde eu nasci evoca uma imagem clássica. É a pátria do malandro. É o reino da esperteza, do golpe, da falta de seriedade proclamada como virtude redentora. Não são poucos os prejuízos trazidos pela cultura da malandragem. O malandro carioca é assunto canônico até dos sambistas. Esta caracterização popular tem respaldo acadêmico em raízes históricas.

“Porém, há um outro Rio de Janeiro, menos lembrado. Durante séculos por ser a capital econômica e política do País, atraiu as melhores cabeças. Inicialmente, desembarcou a corte de Portugal com seus mais destacados figurantes. Por muito que seja criticado é preciso reconhecer que ela criou uma aristocracia intelectualizada que se perpetua ao longo dos anos. Desde sempre atraiu os mais inspirados intelectuais das províncias. Até há pouco, foi um magneto para escritores e cientistas, mesmo de S. Paulo.

Que cara tem esse outro Rio? Sugiro que tem a cara de dom Pedro II. Eis um carioca arquétipo dessa outra persona do Rio. Ao morrer, foi considerado a cabeça coroada mais culta de quantas havia na Europa. Dom Pedro é o outro Rio: sério, digno, disciplinado, erudito. Era o caretão rematado, a figura do antimalandro. Em vez de beija-mãos na corte, promovia saraus intelectuais e trocava cartas com Victor Hugo, Humboldt, Lamartine e Jean-Louis Agassiz, notável zoólogo e geólogo suíço.

“É inegável o Rio do malandro. Menos visíveis, mas também inegáveis, são a vida e a força do outro Rio. É o Rio careta, dos que frequentam livrarias e salas de concerto, em vez de praias e baladas. Por anos de convivência, é um Rio incólume e vacinado contra o vírus da malandragem. O grande paradoxo é a incapacidade desse Rio, intelectualmente tão sério e bem-dotado, de frear o desgoverno que aos poucos foi se infiltrando. A malandragem pitoresca virou bandidagem, com a desmoralização resultante. Inapetência dos "puros" de chafurdar na política? Talvez. Os bons são muito poucos? Acho que não. Estão por todos os lados. Mas não chamam atenção, por serem menos pitorescos e divertidos. Aliás, dom Pedro II gostava mesmo era de um papo cabeça.

“Mas, se o Rio tiver alguma arma secreta para reverter sua decadência, com certeza, será esse enorme e possante segmento, estilo Dom Pedro II, que representa o oposto da malandragem e possui um respeitável vigor intelectual e moral."

Essa opinião, publicada na Veja, não parece que seja aplicável só ao Rio. Pode ser aplicada ao Brasil inteiro. É essa fisionomia de D. Pedro II que ficou nas cabeças, é esta mentalidade que ficou e que é a nossa força. Pois, muito mais que apenas a força política, é essa força que está por detrás. Por isso, a opinião de um monarquista pode ser muito importante, pois ele vê esta outra fisionomia do Brasil. Porque como ele diz: é a mais séria, é mais vasta do que nós imaginamos e é a que tem força para reverter esta situação.

Nós já tivemos experiências disso em muitos episódios. Na grande tragédia que atingiu a Família Imperial, recentemente, com a morte de D. Pedro Luiz, isso também se viu. O Brasil ficou, então, em luto por um Príncipe que ele nem conhecia, que mal conhecia. Mas por quê? Porque ele trazia na fronte esta marca histórica, tinha na fronte esta força de um D. Pedro II que está no fundo das cabeças. Talvez ele, D. Pedro Luiz, em certos momentos, nem se desse conta disso, mas ele tinha.

E neste tremendo infortúnio que foi a perda de D. Pedro Luiz, ele mesmo mostrou ao Brasil que existe uma coisa mais profunda, mais forte, e a qual nos dá muito mais força que um partido político ou uma organização política, que é esta fisionomia de D. Pedro II que temos por detrás.

Agradeço a atenção, esperando que tenham aproveitado esta leitura para um bom entendimento sobre a realidade que nos cerca.

O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina - Parte II

Caríssimos leitores

Volto a lembrar que o XXI Encontro Monárquico, a realizar-se nos próximos dias 5 e 6 de junho de 2010, no Rio de Janeiro, é aberto ao público interessado. Caso queiram partipar, acessem o site da Pro Monarquia:




E retorno com a continuação da transcrição desta interessantíssima palestra proferida pelo Sr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca, por ocasião do XX Encontro Monárquico, realizado em setembro do ano passado, na qual ele aborda, de forma clara e minunciosa, o panorama geopolítico do Brasil que ainda permanece bastante atual, questionando, inclusive, as relações do Brasil com o Irã.

Parte II:

"O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina"

Palestra proferida no XX Encontro Monárquico, Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2009

Como já se disse, não se pretende aqui fazer um ataque sistemático ao governo Lula e sim falar das relações da política externa do governo brasileiro. O que se falou até agora não é tão grave perto do que ainda se vai expor aqui.

Se perguntarmos se no Brasil existe um perigo de terrorismo, provavelmente todos aqui diriam que não. Que o Brasil é um país tranqüilo. E é! Mas há gente que se está incumbindo de trazer o terrorismo para cá.

Numa matéria que saiu na Folha de S. Paulo, do jornalista Jânio de Freitas, foi feita uma denúncia, saída em maio, mas que depois foi abafada, a respeito da presença da Al Qaeda no Brasil. Sobre um terrorista de sangue libanês que foi preso em S. Paulo, por indicação do FBI e que os americanos disseram que atuava através de computadores para a Al Qaeda. Mas o governo brasileiro veio em sua defesa, dizendo que ele estava sendo preso por atos racistas. E não era verdade! Ele era um agente da Al Qaeda que estava recrutando gente pela internet. O ministro Tarso Genro, um personagem bastante nefasto, disse também que não era terrorista e que este perigo não existe no Brasil. Existe um problema: o governo atual se recusa a votar uma lei para condenar o terrorismo. Está na Folha de S. Paulo: "Não existe no Brasil crime de terrorismo. Mesmo que se comprove a ligação de um investigado com grupos extremistas, só poderá ser preso se praticar algum crime que esteja previsto na legislação nacional".

O fato é que esta história foi insistentemente levantada pela Folha de S. Paulo, dizendo que este homem era um terrorista, confirmada, por fim pela Polícia Federal: era ligado a Al Qaeda e trabalhava com um grupo chamado Jihad Mídia Batalha e fazia recrutamento pela internet.

Vejam as declarações do ministro da Justiça sobre este fato, na Folha de S. Paulo do dia 27 de maio de 2009: "No Brasil não há nenhuma célula terrorista, nenhum tipo de organização, até porque temos um controle muito forte sobre tudo isso, em todas as regiões em que possa haver suspeita." Mentira! O aeroporto de S. Paulo é considerado pelas polícias internacionais, como um aeroporto onde passam mais terroristas livremente. Outra declaração de Tarso Genro que é muito mais grave do que esta: "Se este cidadão tenha ou não relações político-ideológicas, com países ou correntes de opinião, isso não é nem uma questão institucional, nem legal."

Isso não é grave? Isso é de uma cumplicidade, de um Ministro da Justiça com a própria organização terrorista. Qualquer dia vamos ter uma surpresa!

A Folha continua: "Autoridades americanas têm pressionado o Brasil por não haver uma lei de tipificação de crime de terrorismo."

Por que o governo brasileiro não quer isso? A preocupação do governo é que a criação de uma lei deste tipo possa criminalizar os movimentos sociais. MST? Por que eles têm medo que o MST possa ser classificado como terrorista? Será que é porque as práticas deles são terroristas?

Jânio de Freitas escreveu um artigo a este respeito, intitulado  "A clareza da confusão": "Cada vez que o governo tenta explicar uma coisa, tudo fica mais confuso."

Isso só demonstra que na realidade aquele homem era ligado ao terrorismo.

Um analista da Inteligência da Escola Superior de Guerra escreve um artigo na Folha, no qual aborda este caso e mostra como o Brasil está se tornando um dos territórios preferenciais para a atuação de grupos terroristas.

Agora passamos para a análise da eleição no Irã. Quando houve a eleição no Irã e os protestos da oposição pela fraude, o Presidente Lula decidiu dar a sua opinião: "É uma briga entre flamenguistas e vascaínos." Então não tem importância nenhuma.

Como um presidente vai se intrometer num processo eleitoral de um outro país? Há quem diga que foi uma "brincadeira" do Lula. Não há brincadeira nisso, tanto que ainda endossou a pior corrente que existe dentro do Irã. Porque, se ele diz que sua maior preocupação é manter "relações comerciais" com o Irã, ele não tem que escolher se é um governo ou outro. Mas não! Ele se pronunciou a favor de um governo "X". E nós vamos ver qual é a última conseqüência disso.

Primeiro, Marco Aurélio Garcia disse que não houve fraude. Lembremos que depois que ele, Celso Amorim e o Presidente Lula disseram que não houve fraude, as autoridades iranianas afirmaram que mais de 3 milhões de votos foram fraudados. Alguém viu o Presidente Lula pedir desculpas ou dizer que se enganou? Não! Não disse nada. E o que é que ele fez com a sua declaração sobre vascaínos e flamenguistas? Ele desmoralizou uma fraude que estava havendo. E atribuiu o protesto das pessoas que estavam na rua a apenas "um ímpeto de um torcedor ofendido". Além disso, a guarda do Irã matou gente na rua, na repressão. Viram alguma declaração do Presidente Lula se insurgindo contra isso? Não. Era "briga de vascaínos e flamenguistas."

Então, esta história de que é "falta de cultura" do Presidente, só joga para um lado.

Um jornalista famoso do New York Times, insuspeito por que favorável ao diálogo com o Irã, chamado Roger Cohen, disse: "Eu mesmo estava enganado quanto à natureza do regime iraniano." Então ele mostra todas as barbaridades que foram feitas, as perseguições. Os resultados eleitorais foram dados antes de haver qualquer apuração. A única pessoa que achou que era válido, foi o Presidente Lula, depois seguido pelo presidente Chávez, pelo presidente da Síria e, claro, pelo presidente da Coréia do Norte. Uns exemplos de pessoas!

E o que estava em causa no Irã? (E aqui se vê a gravidade das posições do governo Lula. Era apenas uma atitude eleitoral? Não. Não era.) Num artigo do Wall Street Journal se mostra o seguinte: Que o que estava em causa no Irã era a revolução islâmica. Ou seja, a concepção que Khomeini deu à revolução islâmica de que tem de haver uma autoridade religiosa acima de todas as autoridades civis. E que, portanto, o Irã é "governado" por uma teocracia. E as pessoas que estavam nas ruas pediam instituições civis que não fossem dominadas por esta teocracia iraniana. Então o que estava em causa não era um problema apenas de dois candidatos. E o que o Presidente Lula fez ao se pronunciar a favor da legitimidade da eleição? Ele se pronunciou a favor da legitimidade da revolução islâmica. Deu o seu aval à concepção teocrática da revolução islâmica.

Vejam só a contradição: quantas vezes o Presidente Lula ou membros do seu governo não se pronunciaram a favor do laicismo, e afirmaram que o Estado tem de ser laico. E depois se une a um regime que é totalmente teocrático. Qual é a coerência disso? Isso tem uma lógica ideológica e que não é por acaso. Por que ele não apoiou os outros? Não. Ele apoiou exatamente a revolução islâmica.

Como diz um grande especialista europeu no estudo islâmico, que está para lançar um livro, há uma união profunda entre a esquerda e o islamismo, mundialmente. E Lula faz parte deste jogo, como faz parte também Chávez.

Curiosamente, todo mundo fica preocupado com as questões dos EUA. Mas o que é que o Irã tem a ver com a América do Sul? Nada. Mas porque estas alianças do Irã com a América do Sul? Por que o Irã está comprando mais de um bilhão de dólares de urânio da Bolívia? Por que o Irã tem bases terroristas na Venezuela? Por que esta relação de modo especial com o Brasil? Por quê? A não ser por uma razão ideológica.

Só para terem uma idéia do que é este regime que Lula apoiou, ao fazer esta declaração, é bom saber que o Presidente do Irã, Ahmadinejad, é de uma corrente islâmica que espera a vinda do Madih que é um espécie de "redentor" que salvaria o mundo, impondo a religião islâmica no mundo inteiro. É uma doutrina que move o regime do Irã. E eles provocam o Ocidente porque eles acham que o Madih só virá num embate, numa grande conflagração mundial.

Um dos grandes especialistas no Oriente Médio, chamado Daniel Pipes, em seu artigo, transcreve uma frase que Ahmadinejad disse na ONU desconcertando a todos os líderes mundiais: "Senhor todo poderoso eu vos peço que antecipeis a chegada do último enviado, o prometido, o ser humano puro e perfeito que trará paz e justiça a este mundo.", referindo-se ao tal Madih.

Como vêem, isso é grave! Estamos nos envolvendo em problemas que não são nossos.

Prova disso é que editorial do Estado de S. Paulo, intitulado "Lula, um defensor da teocracia iraniana", discorre sobre este assunto, mostrando que Lula ao tomar aquela posição, passou a ser um defensor da teocracia iraniana.

Uma declaração do Embaixador do Irã no Brasil, feita à BBC, também é esclarecedora: "Há uma afinidade profunda e ideológica entre o Presidente Lula e o Presidente Ahmadinejad. São visões em comum que os dois presidentes têm sobre diversos assuntos, na luta contra os colonizadores modernos. Além disso, a semelhança entre os dois presidentes no sentido de criarem uma Nova Ordem Mundial, uma nova ordem nas instituições internacionais." Portanto eles têm uma afinidade para criar uma Nova Ordem Mundial. E continua: "Esta relação também se baseia nos princípios da revolução islâmica para o bem estar do povo."

Então, por que uma afinidade de um partido que se diz laico com a revolução islâmica?

Bem, mas que problemas isso pode vir a trazer ao Brasil?

Numa visita do Chanceler de Israel, feita em junho ao Brasil (há mais de 20 anos um chanceler não visitava a América do Sul) e durante um jantar oferecido à Embaixada de Israel, várias pesssoas do governo daquele país, disseram o seguinte: "Vai chegar um momento, em que o Brasil deverá tomar uma posição; ou com o Irã ou com Israel."

Então, nós estamos nos envolvendo num problema que não é nosso! Lula diz que todas as relações dele são "assuntos comerciais" e Israel tem muitas relações comerciais com o Brasil. Lula alguma vez foi visitar Israel? Não. (*) Então, por que ele vai ao Irã e não vai a Israel, já que quer relações comerciais?

(*)Lula só foi a Israel no final de 2009.

A terceira e última parte desta palestra será postada na próxima publicação deste blog.

O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina - Parte I

Caríssimos leitores deste blog


Nos dias 5 e 6 de junho deste ano, haverá o XXI Encontro Monárquico a realizar-se no Rio de Janeiro - RJ, no Windsor Flórida Hotel, por ocasião do feliz aniversário de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, nosso augusto Chefe da Casa Imperial do Brasil. Este evento ocorre anualmente e congrega o pensamento monárquico brasileiro. Trata-se de um evento importante, onde nele acontece - entre confraternizações, almoço e Missa - palestras extremamente enriquecedoras, mostrando uma visão não saudosista do pensamento dos monarquistas, mas uma visão bastante atual e apurada de fatos que acontecem no Brasil e no mundo.

Este evento é aberto ao público interessado. Caso queiram partipar, acessem o site da Pro Monarquia:

http://monarquia21.org/acao/

Aproveitando o fato de estarmos próximos a este novo Encontro Monárquico, mostro aqui a trascrição que fiz de uma das palestras realizadas no XX Encontro Monárquico, do dia 12 de setembro de 2009, também no Rio de Janeiro,  proferida pelo Sr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca e que julgo de suma importância apreendê-la, pois fala de um assunto bastante atual que permeia a situação política do Brasil perante o mundo, principalmente no que diz respeito a sua diplomacia.

Por ser um texto muito extenso, mas interessantíssimo, dividirei em 3 partes que serão publicadas neste blog a seguir:

Parte I:


"O Brasil ante as disputas geopolíticas na América Latina"

Palestra proferida no XX Encontro Monárquico, Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2009

Sempre que D. Luiz ou os demais Príncipes abordam temas relativos à monarquia, não se nota que eles apresentem a monarquia como um assunto de saudosistas. Os monarquistas evidentemente falam do passado, mas não com saudosismo. E uma das características dos monarquistas deve ser exatamente um senso da atualidade bem definido.

Nesta semana em que se comemora a Independência do Brasil cabe tratar das Relações internacionais do Brasil, no atual governo.

O assunto é importante por diversas razões, uma das quais porque muitas das medidas tomadas na política externa brasileira ameaçam seriamente a independência do Brasil.

Talvez muitos dos fatos sejam conhecidos, outros nem tanto. Mas não se trata de fazer um enunciado de fatos escandalosos ou inexplicáveis pura e simplesmente para falar mal de um governo republicano. Trata-se, isso sim, de analisar uma série de fatos que no seu conjunto mostram, ao contrário do que se diz, que a política externa do Brasil tem por trás de si uma concepção ideológica, a qual está conduzindo o Brasil para uma situação grave que no futuro pode envolvê-lo em conflitos que nunca procurou.

Há uma ideologia clara e internacionalista que preside a esta política externa, com laivos de nacionalismo também, e que tem levado o atual governo brasileiro a renunciar a muitos de seus direitos, a prejudicar muitos dos interesses nacionais. Num regime que fosse realmente representativo tal política já teria levado a um questionamento sério, por parte de uma oposição que também fosse séria, face a um presidente que renuncia aos direitos do próprio país, que atenta contra os interesses próprios do país. Mas isso não acontece.

Um dos aspectos mais perniciosos que tem havido é o ter-se espalhado desde o início deste governo uma série de ficções. Estas ficções foram embalando as pessoas em ilusões. E ao fim de todos estes anos essas ficções começam a ruir.

Um exemplo de uma dessas ficções que está caindo: no mundo moderno não há ideologias! Talvez seja esta uma das ficções mais perniciosas que se espalham, porque os mesmos que afirmam que não há ideologias se contradizem. O próprio Presidente Lula por ocasião da posse de Zapatero, como primeiro ministro da Espanha, disse que este era um aliado ideológico. Se não há ideologias, como pode Zapatero ser um "aliado ideológico"? E assim, haveria outros exemplos.

Até mesmo pessoas com elevado nível intelectual e cultural, com cursos até no exterior, inclusive pessoas formadas em relações internacionais que não concordam com a orientação deste governo, aceitam que não existe uma ideologia, que o que existe é um pragmatismo, um oportunismo, um relacionamento de conveniência deste com aquele.

Mas, se se for estudar qualquer movimento revolucionário na História, se verá que por trás de uma ideologia há golpismo, oportunismo, há de tudo, mas a linha mestra é uma linha ideológica.

Não há como afirmar que tudo isso seja feito por um acaso.

Outras duas ficções que se espalharam neste governo são as de que nem Partido (PT), nem Presidente perfilam mais a ideologia socialista, estatista. Que o Presidente se converteu ao mercado e que foi um exemplo extraordinário para o mundo e isso se repetiu e se repete "ad nauseam".

Mas isso foi feito por questão tática. Prova disso, foi que na recente crise financeira mundial, o Presidente Lula esteve nos EUA, onde na cadeia CNN, no programa GPS, foi entrevistado por Fareed Zakaria, editor da revista Newsweek, grande analista de análise política internacional e afirmou: "Sou socialista e a favor da economia estatizada”.

E temos a prova do Pré-sal. Então o que vemos, claramente, no meio desta confusão toda é um grande regresso ao estatismo.E este é o primeiro passo.

Citando o editorial do jornal Valor Econômico, daqueles dias, lê-se o seguinte: “As propostas do governo Lula para a nova lei do petróleo deslancharam uma batalha ideológica de magnitude semelhante à privatização e abertura econômica de um governo Fernando Collor de Mello. As privatizações abriram um novo horizonte para a economia do país. Assim como a exploração do petróleo nas camadas do pré-sal, traz a possibilidade de uma mudança radical da qualidade no ciclo do crescimento brasileiro."

Vejam, podemos estar às portas de uma mudança radical na economia brasileira.

As pessoas se escandalizam com coisas que são graves, como no caso Sarney, que estão na superfície, mas por baixo estão acontecendo coisas muito mais graves para as quais as pessoas não atentam.

Outra coisa: outros jornais tem falado do pré-sal. A "The Economist" que é uma revista que sempre elogiou o governo Lula, o tem criticado, dizendo que há uma volta ao estatismo;  o "New York Times", um jornal que sempre teve uma simpatia pela esquerda disse a mesma coisa. Portanto não é uma opinião de poucas pessoas, mas uma opinião que vai se generalizando nos grandes centros da política mundial.

Outra grande falácia que se espalhou foi a seguinte: dizia-se que Chávez era um histriônico, um demagogo, um palhaço que tinha uma retórica que não era para levar a sério, mas ao fim destes anos, ele está perturbando toda a estabilidade da América Latina. Com retórica ou não, palhacesco ou não, ele está intervindo em outros países, como por exemplo no Peru, na Colômbia, na Argentina, no Equador,  na Bolívia, no Paraguay, etc. Estes adjetivos foram um passaporte para ele ir fazendo tudo o que vem fazendo.

Mas esta ficção tinha uma outra parte: se Chávez era histriônico, por outro lado tínhamos um homem "sensato" que era o Presidente Lula, uma espécie de "moderador" que impediria todo o avanço do chavismo na América do Sul. Quando alguém diz que uma coisa vai acontecer é difícil discutir com ela, porque fica uma opinião contra a outra. Mas quando as coisas já aconteceram, já não é tão difícil. E o que nós vemos ao fim destes anos todos é que Lula não moderou ninguém e que Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega estão avançando. E até mesmo no caso de Honduras houve uma intervenção de Chávez na América do Sul.

Então a ficção de que Chávez era só retórica e de que Lula iria moderá-lo, não se deu.

E agora demos um passo, que é o mais grave, que é o reconhecimento internacional de que o governo Lula e a diplomacia brasileira estão a serviço do projeto chavista. Isso ninguém dizia, ou, se dizia, achavam que isso era um pouco radical. Agora são grandes jornais, grandes revistas, grandes analistas internacionais, grandes órgãos internacionais. Até organizações dos Direitos Humanos protestam contra o governo Lula e contra o próprio Lula por se aliar a tudo que é ditadura no mundo. Portanto estamos numa transição bastante pronunciada.

Outro exemplo é esta ditadura contra a midia que estes governos todos estão instaurando. Exemplo da Presidente da Argentina que está atacando o Clarín. Isso gerou um artigo no El País, da Espanha, mostrando toda a perseguição que os governos chavistas estão fazendo na América do Sul. Alguém já viu o Presidente Lula fazer alguma observação, exigir alguma condição, pedir que haja uma reunião da OEA para estudar o caso da imprensa que está sendo ameaçada? Onde está o "moderador"?

No jornal O Estado de São Paulo, Dennis Rosenfield, professor da UFRGS escreveu o seguinte: “Chavéz persegue opositores, fecha canais de TV, estações de rádio, legisla por decretos, vende armas às FARC, não respeita a soberania da Colômbia, submete o Poder Judiciário, obriga aos seus militares a jurarem "Pátria, Socialismo ou Morte" e nada, entretanto, ocorre com ele. Nenhuma manifestação da OEA, da Assembléia das Nações Unidas e nem da diplomacia brasileira”.

Qual é a opinião do Presidente Lula com relação à Venezuela?  "Lá existe excesso de democracia!"

O Brasil é talvez a maior potência da América Latina e vai ser o fio da balança nesta questão toda. E nós temos que tomar consciência e podemos reverter isso, até mesmo, individualmente. Nós temos esta força.

Outra das grandes falácias da política externa brasileira é a seguinte: quando se pergunta "por que o Brasil se envolve com regimes que promovem o terrorismo, criminosos ou ditatoriais?" A resposta é sempre: Precisamos de relações comerciais.

Quando o Presidente Lula esteve na África,na Cúpula Africana, ficou sentado ao lado de Ahmadinejad e Kadafi, quer dizer, uma companhia bastante requintada para ele. E Lula disse no Estado de SP, no dia 02 de julho, três coisas, e é o caso de indagar ou de pedir para indicar qual é a matéria de relações comerciais e econômicas que existem nestas palavras?

Primeiro: Lula atacou o caráter perverso da ordem internacional. Ele mostra então uma outra concepção da Ordem Internacional.

Segundo: Lula atacou a imprensa dizendo que ela tem preconceito premeditado (sic!) pela proximidade dele com ditadores.

Isso não é preconceito, é uma realidade!

Terceiro: dirigiu seu discurso a Kadaffi, que é um homem que promove terrorismo internacional, referindo-se a ele como "meu amigo, meu irmão e meu líder". Isso tem alguma coisa a ver com relações comerciais?

Enquanto isso, houve um fato que não teve repercussão na mídia, embora merecesse. Em julho, Lula esteve na ONU, para falar no Conselho de Direitos Humanos. E ele foi recebido com protesto internacional de organizações de defesa dos direitos humanos, de grupos de defesa dos direitos humanos, de diplomatas de diversos países, porque a diplomacia do governo Lula em todas atitudes que toma no Conselho dos Diretos Humanos é só para acobertar ditaduras.Ex: impediu que fosse votado o relatório contra a Coréia do Norte um país onde se provou a existência de campos de concentração e de execuções sumárias, sendo este acobertamento criticado pelo Japão, inclusive. Isso são relações comerciais? Assuntos como campos de concentração e execuções? Qual é o argumento que a diplomacia brasileira dá? Diz que não se pode condenar, que é preciso dar uma chance a estes regimes.

Curiosamente em Honduras, com a questão Zelaya, não se deu chance nenhuma, nem tempo nenhum; era preciso condenar! Entretanto na Coréia se deu este tempo, e já se matou, já se perseguiu, se fez de tudo.

Depois que se negou a condenar a Coréia do Norte o que o Brasil fez? Abriu uma Embaixada lá. O embaixador do Brasil quando se dirigiu para o país, na fronteira, foi lhe tirado o celular, segundo as normas do "liberal" regime da Coréia do Norte. Agora imagine-se que tal fato se desse nos EUA, a gritaria que não ia ser!

Estas atitudes de Lula e de sua diplomacia que eu costumo chamar de diplomacia bicéfala, porque é comandada pelo Ministro Celso Amorim e por esta figura nefasta que é o Assessor Presidencial Marco Aurélio Garcia, tem gerado reações internacionais que até agora não havia. Mas de que os jornais brasileiros pouco ou nada falam.

Um artigo escrito por Andrés Oppenheimer, um dos maiores especialistas em política da América Latina, com o título "O Brasil merece críticas por sua horrível política externa", diz o seguinte: "É difícil existir um ditador ou um governo repressor de que o Brasil não goste".

Triste isso! Se lembrarmos como era a política externa no Império.

E prossegue o artigo: "O apoio do Brasil a governos autoritários está minando o desempenho do Conselho dos direitos humanos, declarou Julie de Rivero, diretora da Human Rights Watch em Genebra. Os votos do Brasil no Conselho dos direitos humanos e das Nações Unidas tem se alinhado mais freqüentemente com países totalitários". E aí ele faz um longo elenco de todos os votos do Brasil. E afirma que quando entrevistou Marco Aurélio Garcia sobre isso, este respondeu: "O Brasil não tem que estar dando certificados de boa conduta ou má conduta, pelo mundo". E termina o artigo: "A política externa do Brasil cheira mal. O Brasil tinha que ser fiel aos seus compromissos assumidos em tratados internacionais para defender universalmente os direitos humanos e os princípios democráticos e parar de aplaudir ditadores. Se Lula continuar a fazer vistas grossas para os direitos humanos ao redor do mundo, estará abrindo precedentes para que futuros governos suprimam direitos humanos em seu próprio país. Ou seja, quem aplaude muito ditadores fora, acaba favorecendo ditadores dentro”.

A revista The Economist, também lançou um número especial atacando a política externa brasileira, que foi comentado pelo jornal o Estado de S. Paulo, em seu editorial de 15 de agosto de 2009. "O presidente não terá motivos para acusar de parcialidade contra ele, o prestigioso semanário britânico por ter publicado uma reportagem, um editorial que identificou um inquietante viés chavista da sua política para América do Sul. Do lado de quem está o Brasil?”

Quer dizer que a grande falácia está aí: Não só Lula não é um moderador, mas é um chavista que endossa este governo chavista.

“O papel de linha auxiliar do caudilho desempenhado pelo presidente e seu chanceler Celso Amorim ficou gritante, porque em momento algum eles manifestaram preocupação com a segurança e a estabilidade regionais ameaçadas pelos  acordos militares entre Caracas e Moscou (se refere as bases americanas na Colômbia). Lula se comporta como se o inimigo da democracia na América do Sul fosse o EUA ou a Colômbia ou mesmo o governo "golpista" de Honduras. Lula desnuda a hipocrisia das suas apregoadas convicções democráticas. A versão soprada pelo Itamaraty de que os agrados a Chavéz teriam apenas o objetivo de moderar os seus planos hegemônicos, na região, já  foi desacreditada pelos fatos”.

Lula não dirigiu um pedido de explicação à Venezuela sobre a presença das FARC, comprovada por documentos da Colômbia; não pediu uma explicação à Venezuela sobre os tratados feitos com a Rússia e o oferecimento de bases venezuelanas, inclusive para estacionar aqui, aviões com armas atômicas, o que de si viola todos os tratados assinados pela América do Sul.

A pseudo moderação do governo Lula nas reuniões da Unasul é outro exemplo. Ele investiu o tempo todo contra a Colômbia e jamais contra a Venezuela. Não podemos por no mesmo prato a Colômbia e a Venezuela. Um é um governo que respeita todas as instituições e, o outro é um governo que violou todas as instituições, até agora, isto é, um governo de um autocrata. Além disso, um governo que acoberta um grupo terrorista para atacar um outro país está violando as fronteiras do outro.

Um outro artigo de Marcelo Paiva Abreu,  Phd em economia, pela Universidade de Cambridge, professor do departamento de Economia da PUC do RJ, mostra claramente como toda a política externa brasileira hoje é ditada pelo fascínio pelo chavismo.

A jornalista Dora Kramer que escreve em vários jornais do Brasil, em seu artigo "Advogado do diabo", diz: "Do tiranete iraniano Ahmadinejad ao tiranossauro cubano Fidel Castro, passando por uma vasta gama local de atos e idéias, personagens erráticos, o presidente Lula não vacila quando se trata de assumir a defesa do indefensável. São tantos e tão repetidos os casos que já se configuram um padrão, que a questão em pauta envolve conduta. Lula entra no assunto pelo lado do avesso."

Caros leitores, interrompo aqui a primeira parte desta valiosíssima palestra, mas segue na próxima publicação que farei.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por que a Igreja Católica não apóia a Monarquia?

Outro dia, conversando com um sacerdote da Igreja onde frequento, falamos sobre a Monarquia e este mostrou-se contrário a esta forma de governo, sob a alegação de que, nos tempos do Império, a Igreja teria sido "sufocada" pelos Imperadores.
Corri atrás de uma resposta para este descontentamento, visto que, durante o Império, a Igreja Católica era declarada a Religião Oficial do Brasil, basta ver o "detalhe" no topo da Coroa Brasileira - a Cruz de Cristo.



Convido, antes, o leitor a ler este artigo, dando especial atenção ao subtítulo "As Tensões entre o Estado e a Igreja":



COMENTA-SE POR AÍ:

Em uma conversa agradável com um amigo, exímio conhecedor de História, o advogado Dr. Carlos Vasconcelos, pude sanar algumas destas questões.

Dr. Vasconcelos disse que o que houve, de fato, foi a tal "Questão Religiosa" em que D. Pedro II se envolveu e que, talvez, o tenha estigmatizado um pouco - por isso, acusado de favorecer os maçons em detrimento da Igreja.

A Questão Religiosa, foi o seguinte:

Vigorava no Brasil o chamado "Padroado e Beneplácito". Pelo Padroado, a Igreja Católica, no Brasil, era subordinada ao Imperador.

Pelo Beneplácito e Padroado, toda ordem do Papa, para ser obedecido no Brasil, precisaria, antes, ser aprovada por D. Pedro II, ou seja, o Imperador controlava politicamente a Igreja Católica no Brasil.

Já no final do Império, por volta de 1870, veio a Questão Religiosa que foi o seguinte: os Bispos de Olinda e Belém simplesmente resolveram obedecer ao Papa antes do Beneplácito (da aprovação) de D. Pedro II. Na ocasião, o Papa mandou punir religiosos ligados à maçonaria. E os Bispos puniram mesmo. Isso, à revelia de D. Pedro II.

D. Pedro II, então, pediu aos Bispos que sobrestassem (suspendessem) as punições. Eles recusaram-se a fazê-lo. Como desobedeceram o Imperador, acabaram presos e condenados a 4 anos de cadeia.

O problema não foi a punição dos maçons - D. Pedro II não quis proteger os maçons! O problema foi que os Bispos resolveram obedecer às ordens do Papa (ordens de fora) antes de D. Pedro II dar seu Beneplácito, de terem agido à sua revelia.

Se os Bispos houvessem esperado pelo Beneplácito, dificilmente D. Pedro II iria contra a orientação da Santa Sé e a maçonaria poderia ser punida, no Brasil, pela Igreja e com o apoio do Imperador.

O erro foi, infelizmente, o açodamento dos Bispos.

Se o Imperador nada fizesse, estaria com sua autoridade esfacelada e o Brasil, um Império, um verdadeiro continente, estaria mergulhado no caos e na anarquia.

E, apesar da condenção criminal dos Bispos, D. Pedro II rapidamente concedeu o perdão Imperial, para deixar claro que não tinha a intenção de "prender padres", mas apenas garantir sua autoridade de Soberano.

As questões que sobram são: por que a Igreja deveria ser submetida à aprovação do Imperador? Isso não desfazia a imagem da Monarquia? Não daria razão aos simpatizantes da república?

Segundo o que me disse Dr. Vasconcelos, no Século XIX, o Beneplácito era normal.

Havia um conceito, em cada país monárquico, segundo o qual a máxima autoridade era, sempre, a do Monarca - diferente das monarquias atuais.

Na época, tinha de ser assim. Não havia outro modo. Era isso ou a influência do Clero ultrapassaria muito o limite do razoável, degenerando para absurdos políticos, como os praticados pelo Frei Caneca que se tornou revolucionário em Pernambuco, na Confederação do Equador.

E, ao contrário do que diz o Clero, com a proclamação da República, a Igreja Católica só perdeu espaço. Espaço que, na Monarquia, era da Igreja por direito, bastando, apenas, reconhecer a autoridade temporal do Imperador.

Visto isso, não esqueçamos que quem consagrou o Brasil à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi D. Pedro I.

E, vale lembrar, justamente, também, que S.A.I.R. Dom Luiz de Orleans e Bragança, nosso Imperador "de jure" do Brasil, é um fiel católico, devoto a Jesus Cristo e N. S. de Fátima.